A Aids (abreviação de Acquired Immune Deficiency Syndrome) é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico, conhecida também por “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”, causada pelo HIV. Este vírus ataca as células de defesa do corpo humano, deixando o organismo mais vulnerável para doenças e infecções.
Apesar da evolução nas formas de tratamento e prevenção, a AIDS continua sendo uma preocupação para os brasileiros. O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) divulgou que, só no Brasil, 15 mil pessoas morreram em decorrência do vírus HIV em 2015. O Programa também apontou um aumento de 18,5% das pessoas que vivem com a doença em apenas 5 anos no país.
Por isso, o Governo Federal considerou o último mês do ano como Dezembro Vermelho, para conscientizar sobre o combate à Aids.
O mês de dezembro de 2017 marcou o início de uma grande mobilização nacional a ser realizada todos os meses de dezembro, sobre prevenção ao HIV, AIDS e outras IST. Batizado de Dezembro Vermelho, a ação tem o intuito de chamar atenção para as medidas de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas vivendo com HIV. A escolha do mês foi em função do Dia Mundial contra a AIDS, celebrado no mundo inteiro em 1º de Dezembro.
O Brasil tem hoje uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de baixa e média renda, com mais da metade (64%) das pessoas vivendo com HIV recebendo TARV, segundo os dados do Boletim Epidemiológico 2016 do Ministério da Saúde. Em 2016, a média global para este segundo pilar das metas de tratamento 90-90-90, foi de 53%.
A lei 13.504, publicada no Diário Oficial, tem programado um conjunto de atividades e mobilizaçõesrealizadas em parcerias entre o poder público, sociedade civil e organismos internacionais. A agenda de atividades prevê a iluminação de prédios públicos de vermelho, as já tradicionais nas campanhas de mobilização em âmbito nacional, estadual e municipal, palestras e atividades educativas e outros eventos relacionados ao tema além de veiculação de campanhas de conscientização em diversas mídias.
O novo relatório do UNAIDS mostra que os esforços intensificados em testagem e tratamento do HIV estão alcançando mais pessoas que vivem com o vírus.
Em 2017, três quartos das pessoas que vivem com o HIV (75%) conheciam seu estado sorológico, comparado a apenas dois terços (67%) em 2015. Em 2017, 21,7 milhões de pessoas vivendo com HIV (59%) tiveram acesso à terapia antirretroviral, sendo que em 2015 esse número era de 17,2 milhões. No entanto, o relatório mostra que 9,4 milhões de pessoas vivendo com HIV não sabem que vivem com o vírus e precisam urgentemente estar vinculadas aos serviços de testagem e tratamento do HIV.
O relatório ‘Conhecimento é Poder’ revela que, embora o número de pessoas que vivem com HIV com carga viral suprimida tenha subido cerca de 10 pontos percentuais nos últimos três anos, chegando a 47% em 2017, 19,4 milhões de pessoas vivendo com HIV ainda não alcançaram a supressão da carga viral.
Para se manter saudável e prevenir a transmissão, o vírus precisa ser suprimido para níveis indetectáveis ou muito baixos por meio de terapia antirretroviral continuada. E para monitorar a carga viral de forma eficaz, as pessoas que vivem com HIV precisam ter acesso ao teste de carga viral a cada 12 meses.
“O teste de carga viral é o ‘padrão ouro’ do monitoramento do tratamento do HIV”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “O teste mostra que o tratamento está funcionando, mantendo as pessoas vivas e bem e mantendo o vírus firmemente sob controle. ”
O relatório descreve que o acesso ao teste de carga viral é variado. Em algumas partes do mundo, fazer um teste de carga viral é fácil e totalmente integrado ao tratamento do HIV, mas em outros lugares existe apenas uma máquina de carga viral para todo o país.
“O monitoramento da carga viral precisa estar disponível tanto em Lilongwe, quanto em Londres”, disse Sidibé. “Testes de HIV e de carga viral devem ser iguais e acessíveis a todas as pessoas vivendo com HIV, sem exceção. ”
Na Costa do Marfim, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR) está apoiando um plano nacional para o aumento dos testes de carga viral. Em apenas três anos, o número de pessoas em tratamento duplicou e 10 laboratórios adicionais iniciaram testes de carga viral. Em seguida, a cobertura de testes de carga viral aumentou de 14% em 2015 para 66% em 2017 e está projetada para chegar a 75% até o final de 2018.
Outras barreiras incluem a violência ou a ameaça de violência, especialmente entre mulheres jovens e meninas. As leis e políticas de consentimento parental também são barreiras, uma vez que em alguns países jovens com menos de 18 anos precisam do consentimento dos pais para fazer o teste de HIV. Além disso, os serviços são frequentemente muito distantes e difíceis de acessar ou muito caros.
Também pode acontecer atrasos ou falhas nos resultados do teste de HIV e atrasos no início do tratamento. Em alguns países, as pessoas não procuram fazer o teste do HIV, pois acham que não estão em risco - no Maláui, um estudo descobriu que entre adolescentes e mulheres jovens (com idades entre 15 e 24 anos) em maior risco de infecção por HIV, mais da metade (52%) não se considerava em risco de contrair o vírus e, por isso, é improvável que procurassem serviços de testagem.
Formas de contágios
Como o HIV, vírus causador da AIDS, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas:
- Sexo sem camisinha por vias vaginal, anal ou oral;
- De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação;
- Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa;
- Transfusão de sangue contaminado com o HIV;
- Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
Sintomas
Os primeiros sintomas da doença podem ser tão leves que frequentemente são confundidos com um mal-estar passageiro. Mesmo quando se manifestam com mais intensidade, podem ser interpretados como os sintomas de uma virose. Por isso é importante fazer o teste que permite a verificação da infecção. Os sintomas mais comuns são: febre constante, manchas na pele, calafrios, diarreia constante e perda de peso.
Formas de proteção
(Foto: UNAIDS/Reprodução)
Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. O preservativo está disponível na rede pública de saúde.
A camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada.
Porém, o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, ele previne contra a reinfecção pelo vírus causador da AIDS, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa.
Exames
No Brasil, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente exames para detectar a resposta do organismo ao vírus do HIV. Podem ser feitos em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em alguns hospitais. Primeiro é efetuado um teste ELISA. Caso o resultado seja positivo ou haja dúvidas, é feito o Western-blot, um exame mais eficaz na detecção. É importante lembrar que, como ambos os exames detectam a resposta imunológica ao vírus, é necessário esperar de 30 a 90 dias depois do contágio para o exame ser mais preciso.
O que é o PEP?
A Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, é um tratamento com terapia antirretroviral (TARV) por 28 dias para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo de uma pessoa. Ela é indicada para as pessoas que podem ter tido contato com o vírus em alguma situação, tais como:
- Violência sexual;
- Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha);
- Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).
- Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas. Deve-se procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de contato com o HIV. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha. Muito pelo contrário: o uso de preservativos masculinos e femininos é ainda a principal e mais eficiente maneira de se evitar o HIV.
Não faço parte do grupo de risco, posso ficar tranquilo/a?
Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da AIDS atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos eram considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Um exemplo disso é que o número de heterossexuais contaminados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres. Por isso, a prevenção é fundamental para o Combate à Aids!
Teste de HIV e de carga viral em crianças
O teste de carga viral é particularmente importante para recém-nascidos, pois o HIV avança muito mais rápido em crianças - o pico de mortalidade para crianças que nascem com HIV é de 2 a 3 meses de vida. O teste de diagnóstico rápido padrão é ineficaz até os 18 meses de idade. O único teste de HIV válido para uma criança pequena é o teste virológico, que precisa ser feito dentro das primeiras quatro a seis semanas de vida. No entanto, em 2017, apenas metade (52%) das crianças expostas ao HIV em países com altas taxas de infecção pelo vírus recebeu um teste nos primeiros dois meses de vida.
Estão sendo feitos avanços importantes. Novas tecnologias de testagem em postos de atendimento, que acontecem em um ambiente mais próximo das pessoas, mostraram que o tempo necessário para receber os resultados dos testes das crianças diminuiu de meses para minutos, o que está salvando vidas.
fonte : https://inbec.com.br/blog/dezembro-vermelho-promove-conscientizacao-nacional-sobre-prevencao-hiv-aids
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